PERFÍDIA
E por este desafeto que me golpeia
Nas costas dadas como numa ovelha;
Vou conhecer o hausto que ateia
A chama ardente que me envermelha!
Fremente as mãos no copo a dose
Derrama o desequilibrio sobre a mesa,
Do semblante que como metamorfose
De feliz se tornara perdida face indefesa.
O traidor ao lado, olhos funestos,
Dum vampiro sedento de podres gestos,
Querendo tragar-me, o invejoso.
Eu langoroso como um menino
Vítima caio do meu próprio destino,
Sofrendo o golpe do amigo aleivoso.
(YEHORAM)