MEU CADERNO
Refaço rumos de meus passos no passado
a folhear a minha história no caderno
destas lembranças me envolvendo no bailado
de suas manhas, suas sanhas, céu e inferno.
E toco traços, marcas que hoje são estranhas
aos meus matizes e valores tão sombrios
a mim impostos pelas torpes artimanhas
das convivências sociais, seus desvarios.
Entre rabiscos, há desenhos bem singelos
e coloridos com os sonhos, meus castelos,
eu me revivo na inocência renascida.
Assim percebo, felizmente, nessas folhas,
que as garatujas dos enganos, más escolhas,
não conseguiram estragar-me a cor da vida.