Soneto do esquecimento.
Eram rosas indisciplinadas,
com espinhos pequenos e pontiagudos;
bailavam e cantavam com os pássaros mudos
enquanto suas raízes eram amortalhadas.
Eram almas dramáticas e miraculosas
afogadas em lágrimas estagnadas,
Se arrependiam por serem amarguradas
e rezavam às estrelas milagrosas.
Eram pedras desestruturadas
chorosas coitadas desgraçadas,
polidas para serem gloriosas.
Eram dias de ventania
que deixavam rastros de melancolia,
nos pés de uma sombra medrosa...