Soneto da rosa

Um dia, queixei-me à rosa
Que seu perfume já não era
O antigo perfume dela.
Que já não estava tão bela...

Disse ela, toda chorosa,
Que não era a mesma rosa
Que já fora antigamente...
Essa é a sina da gente!

O tempo castiga, machuca,
A pele toda se enruga,
Parece até feitiço...

Uma rosa antes tão bela,
Aconselha, tenha cautela,

Que a bela perde seu viço!