SER OU ESTAR

SER OU ESTAR

ah! se o fado me desse a versatilidade

do “ser”, o ego que mais respeito e aprecio;

por despeito, por medo ou por desvario,

logo enfurnei-me no “estar” da maturidade.

triste é matar uma vida por desafio

quando um nobre caráter fala da verdade,

porque o insensato implanta no peito a saudade,

quando o tudo do todo é nobre, mas tão frio.

ai, quem me dera assumir meu nobre fadário!

(no conceito, o infortúnio de amar solidões)

valha-me Deus, até se configura hilário!

mas “estou” drástico, chorando-me sermões

na masmorra do silêncio; triste calvário...

e o “ser” clama por arrebatar corações.

020811 – Afonso Martini

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 03/08/2011
Reeditado em 03/08/2011
Código do texto: T3136243
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