INCOMPREENSÃO
Se for “enquanto dure,” é passageiro,
Pois a eternidade é vitalícia,
O entregar é pífio – não inteiro –,
É só paixão, promessa – uma estultícia.
É efêmero o eterno – não primeiro,
Nessa ilusão total – doce malícia –,
O fogo que abrasa é verdadeiro,
Pois marca uma saudade adventícia.
E assim todos procuram saciar,
A fome de amor – o gran vazio –,
Que pulsa ardentemente – falta o ar.
E de repente abate um calafrio,
Pois vendo abandonado o lugar,
Do falso amor, que fora apenas cio...
O2:29 - O2/O8/2O11