INCOMPREENSÃO

Se for “enquanto dure,” é passageiro,

Pois a eternidade é vitalícia,

O entregar é pífio – não inteiro –,

É só paixão, promessa – uma estultícia.

É efêmero o eterno – não primeiro,

Nessa ilusão total – doce malícia –,

O fogo que abrasa é verdadeiro,

Pois marca uma saudade adventícia.

E assim todos procuram saciar,

A fome de amor – o gran vazio –,

Que pulsa ardentemente – falta o ar.

E de repente abate um calafrio,

Pois vendo abandonado o lugar,

Do falso amor, que fora apenas cio...

O2:29 - O2/O8/2O11

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 02/08/2011
Reeditado em 03/08/2011
Código do texto: T3135773
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