EU E MINHAS PAREDES

Por quem pergunto quando chego em casa,

Nunca se encontra, nunca mais a vi...

Voara, talvez, com as próprias asas,

E num silêncio me deixou aqui...

Sei que, caladas, as paredes todas

Relembram o amor que eu vivi.

Justas paredes que encobriram as bodas,

Paredes que ouviram-me a sorrir,

Paredes que ocultaram os meus pejos,

Que nos vendava em noites de desejos,

E nos guardavam ao sono após o amor...

Hoje não respondem se pergunto...

E quando chego em casa com minha dor,

Não têm, essas paredes, outro assunto.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 02/08/2011
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