EU E MINHAS PAREDES
Por quem pergunto quando chego em casa,
Nunca se encontra, nunca mais a vi...
Voara, talvez, com as próprias asas,
E num silêncio me deixou aqui...
Sei que, caladas, as paredes todas
Relembram o amor que eu vivi.
Justas paredes que encobriram as bodas,
Paredes que ouviram-me a sorrir,
Paredes que ocultaram os meus pejos,
Que nos vendava em noites de desejos,
E nos guardavam ao sono após o amor...
Hoje não respondem se pergunto...
E quando chego em casa com minha dor,
Não têm, essas paredes, outro assunto.