REFLEXÃO EM TORNO DA BAITOLAGEM

REFLEXÃO EM TORNO DA BAITOLAGEM

Comigo aconteceu na sexta-feira

Lusco-fusco de um dia acinzentado:

Três carecas um calvo e um tarado,

Que amavam da noite a bebedeira,

Todos cinco sentados em cadeiras;

Relembravam histórias do passado.

O calvo, que morava ali ao lado,

Por uma nota fiscal, dizia asneiras.

De repente o careca se arrepia

Grita para o calvo com alegria

Olha lá que mulher, linda moçoila

E os cincos se viram de repente

A mulher dá um grito e sorridente

Pergunta: gostaram do boiolala?

Mexendo em papéis velhos, hoje, encontrei este soneto composto em 90 ou 91, pelo meu amigo MANUEL DE JESUS, grande poeta pernambucano, com quem tive o prazer de aprender e trabalhar na Lee Nordeste.. Em sua homenagem, resolvi publicar. Como há muito não o velho, desde a época mencionada, espero que chegue às suas mãos de uma forma ou de outra. Não fiz alterações no texto original, apenas a palavra baitola, termo bem cearense, substitui por boiola, termo que nem existia na época, para ficar melhor a rima com moiçola, como também espanto deu lugar à alegria, pelo mesmo motivo. Ah! A história foi verídica. Confundimos um travesti com uma moça.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, AGOSTO/2011.