L - DO SURTO
Sopro forte toando horripilante
Timbre viril no sangue, a inconsequência
Presente a forma vã, grande insolência
Indulta a clara inépcia num instante
E quanto faz verdade na insistência
Caos humano, febril e meliante
No rito de um monólogo lesante
Querendo fazer crer que há decência
Que esse amargor perverso como sina
É a certaza do muito que imagina
Ser-lhe, por certo, o açoite da desgraça
Que possa transcender à obra divina
Nos resíduos da vida que disfarça
O que em memória esconde numa farsa