L - DO SURTO

Sopro forte toando horripilante

Timbre viril no sangue, a inconsequência

Presente a forma vã, grande insolência

Indulta a clara inépcia num instante

E quanto faz verdade na insistência

Caos humano, febril e meliante

No rito de um monólogo lesante

Querendo fazer crer que há decência

Que esse amargor perverso como sina

É a certaza do muito que imagina

Ser-lhe, por certo, o açoite da desgraça

Que possa transcender à obra divina

Nos resíduos da vida que disfarça

O que em memória esconde numa farsa

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 02/08/2011
Reeditado em 02/08/2011
Código do texto: T3134988
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