Anjo Marmóreo
Regressei à Necrópole outra vez
Para rever o egrégio monumento,
Daquele prístino anjo macilento
Que jaz em tumulária soturnez.
E olhando aquele fúnebre moimento,
Que o tempo recamou de lividez,
Eu tive a sensação de ver, talvez,
Teu vulto que passava desatento...
No fim dos corredores tumulares,
Dava-se a murmurar em meio aos ares
A tua voz em um rumor distante;
Mas, enquanto eu, absorto te escutava,
Aquele prístino anjo me fitava,
Como se fosse o teu próprio semblante!
01 de Agosto de 2011