Sala Vermelha

(Poesia reflexiva sobre o atentado a uma escola em Realengo - RJ, onde 12 crianças foram assassinadas)

Não se dispara diante da benção do desabafo do inocente

Não intolere, não leve, se cegue da injustiça, se negue

Confusão entre mundos distintos, entre muitos espíritos, bem e o mal

Não sabe se é cristo, calisto, distúrbio, loucura, mentira ou real

O ferro oco injetou na cabeça de doze futuros o fim, o tchau

Da sala vermelha os gritos ecoam, permeiam em nosso quintal

Do Realengo aos cantos do mundo, as lágrimas atravessaram o céu

Estilhou o afeto, insulto, inquieto, friamente cruel

Restou a saudade... restou...