O FANTASMA

Quem és tu que me chamas toda noite?

Não conheço essa voz de nostalgia,

Pior é quando o vento em duro açoite

Balança o taquaral da fantasia.

Mas o que queres comigo, ó fantasma,

Na noite fria deste inverno insano?

Sua insistência em nada me entusiasma.

Vê se sossega pobre desumano.

Aquela voz saudosa continuava

A me chamar tão insistentemente

Com ranço de tortura e crueldade.

Até que em um instante respondeu,

Calma eu vou te dizer sim, quem sou eu:

Sou o carrasco da tua saudade.