O TREM VAGAMUNDO

De uma casa defronde os montes

Que rachava ao meio uma estrada de ferro,

Conduzia, mormente, os áureos horizontes,

Desvirginava o silêncio num berro.

Na madrugada o conluio noturnal,

Eu embalado num sono profundo;

O conclave dos grilos e do vendaval,

De longe ouvia-se o trem vagamundo.

Frememte eu sintia abalar o chão,

Mas me apaziguava prazeroso, então,

Pois o prazer era ouvir o trem de ferro.

Eu volto ao tempo, a fresca lembrança;

Revivo no seio o leito que ainda balança

E as coisas ruins da vida eu enterro.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/08/2011
Código do texto: T3131849
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