OS SEGREDOS DA NOITE
Noite alta apetrechada mostra a sua vaidade
Aos olhos humanos que a contemplam com carinho,
São os boêmios e namorados nas ruas da cidade,
Tragando o último cigarro e o último copo de vinho.
Eu, boa cristã, a contemplo do alto da minha janela
Quando o sono me foge, joga-me na madrugada
Dentro de uma fina camisola com minha cara amarela
Sem pintura, sem beleza, sem amor, uma ex-amada.
Não importa a mim os raios da linda lua branca
Que fotografa todos aqui na terra em pecado
Distribuindo luxúria por toda parte. A noite é franca.
O desespero imenso quando tenta pegar o que foi flagrado.
Enquanto flores e ramagens dormiam sempre inocentes,
O silêncio desmanchava os maus feitos irreverentes.
DIONÉA FRAGOSO