OS SEGREDOS DA NOITE

Noite alta apetrechada mostra a sua vaidade

Aos olhos humanos que a contemplam com carinho,

São os boêmios e namorados nas ruas da cidade,

Tragando o último cigarro e o último copo de vinho.

Eu, boa cristã, a contemplo do alto da minha janela

Quando o sono me foge, joga-me na madrugada

Dentro de uma fina camisola com minha cara amarela

Sem pintura, sem beleza, sem amor, uma ex-amada.

Não importa a mim os raios da linda lua branca

Que fotografa todos aqui na terra em pecado

Distribuindo luxúria por toda parte. A noite é franca.

O desespero imenso quando tenta pegar o que foi flagrado.

Enquanto flores e ramagens dormiam sempre inocentes,

O silêncio desmanchava os maus feitos irreverentes.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 31/07/2011
Reeditado em 31/07/2011
Código do texto: T3131027