FLOR INGRATA

Esta flor que espinhosa o amor maltrata,

O jardineiro que dela cuida cauteloso,

De suas pétalas carinhoso trata,

Com esmero cuida o coração airoso.

Mas vil se torna a flor que age ingrata

Desmerece o amor do exímeo jardineiro

Que nas noites lhe cobria com luz e prata

E à ela lhe fora grande companheiro.

Quanto mais a mão passava, mais acutilava

O amor etéreo que com ela estava,

Já virara, agora, as costas de esquivanças.

Mas embora a acerba dor causada deste laço,

No imo do amor há para o perdão espaço,

Quem sabe se o perdido já tem esperanças?

(YEHORAM)

JO BENTO
Enviado por JO BENTO em 31/07/2011
Reeditado em 19/12/2012
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