EVASÃO

EVASÃO

Carmo Vasconcelos

No silêncio e na paz da natureza,

de toda a sensação eu me desligo,

extasiando-me apenas na beleza

deste divino mundo onde me abrigo.

Mergulhada no verde onde me deito,

sou pedra, folha morta abandonada,

e d’alma em evasão eu me deleito,

por ser no todo imenso um quase nada.

E é neste bem-estar doce em quietude,

que, saudosa, relembro a mansuetude

do sacrossanto lar primevo e antigo…

Basto-me do ar que sorvo e está comigo,

e tal a erva que símplice brotou,

nada mais anseio ou peço… Apenas sou!

***

Lisboa/Portugal

30/Julho/2011

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 31/07/2011
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