Soneto do Fim
Meu amor amanheceu como uma prece
Retorno ao ninho da solidão
O primeiro beijo não se esquece
Incendiado pelo enlevo da paixão
Rogo e clamo,Ah se eu pudesse!
Essa dor que me coroe em vão
O meu ser já na me obedece
A minha boca só proclama o não
E me deixo ir entorpecida
Entregando-me ao último fio de vida!
A digladiar-me com a persistência
E minha carne já adormecida
A minha face pálida e ressequida
Parte para o fim da existência