O bardo encerra ( 1774)

Aqui no quarto faço concentradas

leituras... faz sombra... zás triste vela...

Meia-noite o vil romance inda revela

a esperança perdida em madrugadas.

Por que um livro assim se idéias geniais;

Goethe se perdeu nas cousas tão brandas:

um beijo, um olhar, mas eu de lavandas

faço estas páginas tão marginais!...

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A noite já roseia mas não ruída,

amanhece ainda leio empolgado e trêmulo,

Álvaro de Azevedo o bardo encerra!

Na mesa de estudo com face caída,

passei atento às leituras que me enterra,

num dia monótono o qual se faz túmulo.

claudio maia

claudio maia
Enviado por claudio maia em 28/07/2011
Reeditado em 21/05/2020
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