À Amy Winehouse
Foi-se artista, e a vida, embora triste,
Às multidões cantasse tão brilhante...
Fora a última quimera agonizante
Dum frágil sonho em flor que inda persiste!
Ardem os versos, lágrimas sensíveis
Ao silêncio agora casto, incessante...
Platéias áureas, fúria inebriante:
- Paraíso de prazeres comestíveis!
Choram as náuseas abjetas tão somente
Numa amarga e comovente nostalgia
As vivas cores de um sentir doente!
Foi-se a vida à viração londrina
(Pulveris est) rosa d’agonia!
E já descansa morta, plácida heroína!