SOLIDÃO

A vida que me nega o delicado

expõe minhas carências ao perigo

de ter meu existir todo embolado

nos lixos da ilusão, a que persigo...

A ilusão de um amor purificado,

erigido em respeito, o seu abrigo...

Mas nas buscas inglórias tenho achado

só quem queira brigar de amor comigo.

E a vida, sem candor, delicadeza,

cravando a sua lei com aspereza

me grita que a verdade é solidão...

E agarrado em teus gritos, vida fera,

vou jogar-me ao vazio que lacera,

pouco a pouco, o vigor do coração.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 27/07/2011
Reeditado em 13/04/2017
Código do texto: T3121336
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