MENINA DO NORDESTE
Menina do nordeste de lascivo sotaque,
Que de olhares tristes exala floral,
A quem chamei flor, flor do meu almanaque,
Vai e vê que amor poluto e magistral!
Vê que amor tu não abraçaste a tempo,
Como a névoa dissipaste, como as brumas,
Como que se perde um pensamento,
Como o vento carrega as suas plumas.
E neste dia atroz, nesta dor cruenta,
Meu coração chora tanto, não aguenta,
Ver meu fim sem a tua face nas manhãs.
E eu nadei tanto, lutei na correnteza
Das forças contrárias da natureza,
Lutei tanto, até ver minhas cãs.
(YEHORAM)