Porto de teu Ego
Quando eu, Senhorita, em tu os olhos ponho,
E vejo em ti o que nunca vi, nem cri, pois cego;
Que existisse aqui, o porto de tua alma ou ego
Já que iria ao teu encontro delirando em sonho.
Isto no pretérito, quando lembro e me despenho,
Recordo e me afirmo que para mim foi o fim,
Vez que aparvalhado e ambíguo do que vi ali,
Reergui-me aurora, outras vezes me indisponho.
Que me pondo ante tu, Senhorita, que foi minha,
Quando te eras mister erguer-te a me ajudar,
De que me vale o alvitre de que tua ausência tinha!
Esperança em ti, que na loucura muda, me socorra,
E não me socorre, e eu me auto ajudando fico mal,
Pois teu gesto labéu o coração, e na língua há murra.