SENTIDOS ALADOS

Lutei uma vida inteira,

sinto que sonhei em vão;

meus olhos fazem poeira,

meus pés trazem solidão...

No nariz sinto a sentença

que meus cabelos tingiu:

Desilusão e descrença

de um povo pobre e servil...

Torno a boca em santuário...

Solto da língua o canário

que canta triste canção.

O mel brota das orelhas,

das mãos, repletas de abelhas,

do peito sem coração...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 05/07/2005
Código do texto: T31197
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.