Flores Mortas
Junto das pequeninas mãos unidas,
— Que um místico rosário as envolvia —
Flores primaveris recém-colhidas,
Formavam uma fúnebre harmonia.
As frágeis pálpebras adormecidas,
Magoadas de uma roxa cor sombria,
Lembravam duas pétalas caídas
Enfatizadas sobre a face esguia.
Trajada com requinte, em renda e linho,
Opacos véus azuis, com sutileza
Pairavam sobre o féretro de pinho,
Que pondo-se a fechar, em trágica hora,
Guardava aquela angélica pureza,
Como um crepúsculo cobrindo a aurora.
23 de Julho de 2011
*Reescrito em Outubro/Novembro de 2023.