HISTÓRIA PERDIDA
Fui a luz dos faróis nas noturnas cidades
a avançar, refletindo em escleras brilhantes,
penetrando, a ofuscar as retinas vibrantes
dos viventes zumbis de dopadas verdades...
Fui a cruz nos lençóis das soturnas saudades,
das angústias de dois solitários amantes,
que plainavam no olor das auroras distantes
para assim, do presente, aguentarem frialdades...
Eu fui tudo e fui nada em perdidos encontros...
Fui paixão alquebrada em doridos recontros
entre medos, pressões e fastio, amargores...
Hoje vago sozinho em cinzentos e rubros
e das folhas de abris, chego às flores de outubros
sob o açoite brutal das ausências de amores.