MUNDO DOS HOMENS

Corre por teus campos devassos os cães amedrontados

E inseguros dos sonhos, antes mesmos de sonhados;

Como que por covardia, a desistência os corrompesse a alma

E os levasse para um sono fúnebre sem tua ínsita calma.

Ó mulher, que tuas vestes sensíveis eu não sinto tocar

Pois já os cães deste mundo a levaram desistir de sonhar;

Escutas a noite, como gritam em ti teus cães covardes

Que depois dessa não regressarão contigo mais; vedes?

Queria tanto uma pelas noites ao luar cantar, docemente,

E todas as noites dormirem sobre ti, delicadamente,

Onde um homem pudesse descobri-la, pacientemente.

Queria tanto, mulher, alguma que homem não o fosse,

Alguma que ainda longe dos cães sonhasse

E que por mais uma noite, que o seja, me esperasse.

Luan Santana
Enviado por Luan Santana em 26/07/2011
Código do texto: T3118942
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