MUNDO DOS HOMENS
Corre por teus campos devassos os cães amedrontados
E inseguros dos sonhos, antes mesmos de sonhados;
Como que por covardia, a desistência os corrompesse a alma
E os levasse para um sono fúnebre sem tua ínsita calma.
Ó mulher, que tuas vestes sensíveis eu não sinto tocar
Pois já os cães deste mundo a levaram desistir de sonhar;
Escutas a noite, como gritam em ti teus cães covardes
Que depois dessa não regressarão contigo mais; vedes?
Queria tanto uma pelas noites ao luar cantar, docemente,
E todas as noites dormirem sobre ti, delicadamente,
Onde um homem pudesse descobri-la, pacientemente.
Queria tanto, mulher, alguma que homem não o fosse,
Alguma que ainda longe dos cães sonhasse
E que por mais uma noite, que o seja, me esperasse.