PÁRIS E JULIETA
Quando te encontro, eu fito o teu olhar,
Tu, relampejas em mim teus olhos negros,
Foges depois fitando outro lugar;
Mas eu não, fico a te fitar admirando-te.
Depois que passas, segues teu caminho,
Nem olhas para trás se estou te olhando,
Pareces não querer os meus carinhos;
Mas eu não, fico a te fitar admirando-te.
Vais, foges talvez, não pensas em mim,
E segues pela rua calma e branda.
Mas eu não, fico a te fitar admirando-te.
Somes lá na curva, e eu sozinho
Ainda a repetir balbuciando:
Mas eu não, fico a te fitar admirando-te...
Geraldo Altoé