AQUI ESTOU EU

Aqui estou eu com os olhos da saudade,

Apreciando um passado vivo e adormecido.

A casa é a mesma, os costumes, a cidade,

O pessoal; até o sino que tange dentro da tarde.

Aqui estou eu. Volto no tempo, e com meus botões

Fico a pensar: o tempo não passa, dá voltas.

Envelhece-nos sim, mas nunca nos corações.

Saudamos e choramos... lembranças mortas!

Aqui estou eu como visita. Quero ver a grande obra.

Essa cidade modesta de povos amigos e carinhosos,

Onde todos se tornam irmãos - são filhos da cidade.

Aqui estou eu com todo o tempo que a mim sobra

Nesse momento calmo em acalanto, dormem silenciosos.

Eu choro o homem, o que construiu a obra... Ah, saudade!...

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 24/07/2011
Código do texto: T3116047