AQUI ESTOU EU
Aqui estou eu com os olhos da saudade,
Apreciando um passado vivo e adormecido.
A casa é a mesma, os costumes, a cidade,
O pessoal; até o sino que tange dentro da tarde.
Aqui estou eu. Volto no tempo, e com meus botões
Fico a pensar: o tempo não passa, dá voltas.
Envelhece-nos sim, mas nunca nos corações.
Saudamos e choramos... lembranças mortas!
Aqui estou eu como visita. Quero ver a grande obra.
Essa cidade modesta de povos amigos e carinhosos,
Onde todos se tornam irmãos - são filhos da cidade.
Aqui estou eu com todo o tempo que a mim sobra
Nesse momento calmo em acalanto, dormem silenciosos.
Eu choro o homem, o que construiu a obra... Ah, saudade!...
DIONÉA FRAGOSO