AMOR EM RUÍNAS
 
Perante essa pira me sinto impotente
São sonhos ardendo num rito funesto
Ecoa meu grito, lamúria dolente
O fogo repele o sentido protesto
 
A parca esperança se vai mansamente
Sem forças, ingiro um licor acre, infesto
Não posso evitar que meu céu se acinzente
N'olhar desespero sem par manifesto
 
Amor em ruínas, um ser lacerado
Sem chão, horizonte... Sem norte, perdido
Vassalo das dores, do tétrico medo
 
Os ombros reclamam do fardo pesado
Minh'alma do enorme castigo infligido
Partiu meu sorriso pro eterno degredo