SONETO V

Apesar destas tuas palavras frias

Embora espinhe , em teu ouvido, minha voz

não deixarei amigo meu que morra em nós

a amizade antiga de nossos dias.

Ainda que hoje ojerize, o que sorrias.

mesmo que eu para ti seja uma algoz

Não hei de vivenciar o ato atroz

que findará, em ti, a amizade que sentias.

Eu sou teu deus e tu és o ateu

sou uma lágrima em meio ao teu sorriso

Paradoxal? Não! É a amizade que morreu!

Porque me embromas coração indeciso?

revelo que és tu que a pouco me leu

Caro amigo, que por mim tem desprezo.