Monumento Fúnebre
Num dia triste, escuro e tão gelado,
Cortante estava o vento, qual cutelo…
Soava como um triste violoncelo
Naquele cemitério desolado.
Olhava eu para o rosto desbotado
De um pálido anjo, lúgubre e singelo
— Um monumento fúnebre, tão belo —
Sobre uma sepultura repousado.
Enquanto eu via, triste, aquela imagem,
Não sei se foi real ou só miragem,
Mas essa estátua vi mudar seu porte…
O anjo marmóreo, que eu tão triste olhava,
Tão morto quanto aquele que velava,
Olhou p'ra mim e deu-me a sua Morte.
22 de julho de 2011