LUTA PERDIDA?
Luta perdida?
Escrevo em verso o que sonho e penso,
O que me dói, agrada ou diverte,
Esperançado que isso me liberte,
De tudo o que combato e não venço.
Luto escrevendo mas não me convenço,
Que o meu estro tenha força e desperte,
O homem letárgico que vive inerte,
No mundo irresponsável a que pertenço.
Pois as letras são armas inofensivas,
Que por bastas se tornam inexpressivas,
E ninguém hoje as receia ou teme.
Mas amanhã alguém, sim, dará razão,
Á voz frágil e anónima dum cidadão,
Que no mundo das mágoas já não geme.