A LUA QUANDO O POETA SE ENAMORA
A lua quando o poeta se enamora
Veste-se de albor no abrir da aurora,
Desfila lá no céu,
De névoa, nos jardins, joga o seu véu;
E beija, do poeta, a triste fronte;
E este embevecido ao pé de um monte
Parece não viver:
Perde a fala. Transforma-se em outro ser.
Um mundo implode na alma, a flor e a brisa
São fadas da paixão,
E a dor dentro do peito suaviza.
Transforma-se em amor e em saudade,
Depois faz-se em poesia.
E em sonho, o viver da realidade.
Geraldo Altoé