SONETO IV

Eis-me aqui doente da dor mais sórdida

Envergonha-me ter de pronunciá-la

Meus lábios paralisam ao lembrá-la

Enquanto minha alma queda cândida

Pudica estou desta dor que é fétida

Asco me causa devo repugná-la

Doença que corrói como eliminá-la?

E renascer esta vida, hoje, lânguida.

Confesso que tremo neste confesso

Prefiro o meu nome jogado a lama

A revelar-te a dor que agora meço

Essa doença que ao meu ser infama

Deveria contá-la desde o começo:

Meu Deus! Esqueci como se ama.