SAUDADE ETERNA
SAUDADE ETERNA
Vês, mulher, o respingar de luzes e laços?
É o amor que se oculta e o vão da noite invade;
são átomos fosfóreos da minha saudade,
que a alma nos pirilampos conduz aos teus braços.
O vaga-lume é o arauto da felicidade;
é da arte da natureza a expressão do espaço,
que vaza o corpo da noite de escuro escasso;
é o próprio amor, e olvidar-lhe o lume, quem há de?
A saudade me fala da esmeralda nua;
do odor do corpo perfeito; do teu perfume;
da luz do pirilampo no escuro sem lua.
perfuma a noite de luzes o vagalume;
a chama evoca do amor que se perpetua;
fere a alma menina da lua de ciúme.
Afonso Martini
190711