PÓS URBANOS
Estou acorrentado ao desencanto
do mundo que me esfrega em pessimismo
e crava essas agulhas no meu pranto...
Definho-me à masmorra do ostracismo.
Jogado ao bruto caos, bradar de espantos,
bebendo, aos litros, ácidos sadismos
dos tantos homens nobres, retos, santos,
transpiro os restos débeis de idealismos...
E os idealismos moços, inocentes
são esmagados pelos pés urgentes
dos tantos homens nobres, retos, sós...
Assim, nessas torturas e venenos,
a cada dia, crendo e sendo menos,
sou reduzido a mol de urbanos pós.