SOU NATURAL DE LISBOA

Sou natural de Lisboa, terra dos meus amores.

Da minha varanda virada para o Tejo

Aqui nasci espírito impregnado de dores,

Vivi casos com pecados meus de olhar cego.

Sou o que se pode chamar, um breve alfacinha

Sócio da colectividade 1885 do 3 de Agosto,

Natural do 1º - setenta e sete, em Marvila,

E amante do palco, teatro da vida imposto.

Perdido na noite de luxúria e devassidão

Apaixonado do Cais do Sodré e Bairro Alto,

Entreguei-me à primeira concubina ali à mão.

Provador da noite, no interdito calor das vidas,

De dia um cidadão comum, do bairro sossegado,

Uma cara à face da lei, noutras proibidas.

Taliesin
Enviado por Taliesin em 18/07/2011
Código do texto: T3102829
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