ALÉM DOS CANAVIAIS

Pobres corpos, pobres almas

Do seu dorso o sofrimento

No seu ofício o sustento

E a culpa por seus traumas

Meros calos sem valia

Nas mãos que clamam piedade

A um patrão que por vaidade

Faz escravo o bóia-fria

A justiça então profana

Finge não ver o tormento

Dos cortadores de cana

Que sem ter constrangimento

Travam uma luta tirana

Do doce, o amargo lamento

Saulo Campos

Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 18/07/2011
Código do texto: T3102283
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