ALÉM DOS CANAVIAIS
Pobres corpos, pobres almas
Do seu dorso o sofrimento
No seu ofício o sustento
E a culpa por seus traumas
Meros calos sem valia
Nas mãos que clamam piedade
A um patrão que por vaidade
Faz escravo o bóia-fria
A justiça então profana
Finge não ver o tormento
Dos cortadores de cana
Que sem ter constrangimento
Travam uma luta tirana
Do doce, o amargo lamento
Saulo Campos
Itabira MG