DIÁLOGO

DIÁLOGO

Quando me disseste, alma invisível, sonhando

na semi-luz da noite de escuros segredos,

que busque energia mental e afaste os medos:

– sonho que envolve a vida, se busca acordando.

Te escutei, minh’alma, mas teus doces enredos

são só cinzas da mente aos ventos se espalhando.

O amor que a busca pretende é nau soçobrando,

navegando em mar crespo por entre rochedos.

Os males de amor quando em sonhos se revelam

é saudade e carência; é porre de ilusão;

são os restos mortais da esperança, que velam.

E quando a amargura se alia à solidão,

não dizem os sonhos mudos o que anelam

e em pérfidos mares naufraga o coração.

Afonso Martini

150711

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 18/07/2011
Código do texto: T3101979
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