DIÁLOGO
DIÁLOGO
Quando me disseste, alma invisível, sonhando
na semi-luz da noite de escuros segredos,
que busque energia mental e afaste os medos:
– sonho que envolve a vida, se busca acordando.
Te escutei, minh’alma, mas teus doces enredos
são só cinzas da mente aos ventos se espalhando.
O amor que a busca pretende é nau soçobrando,
navegando em mar crespo por entre rochedos.
Os males de amor quando em sonhos se revelam
é saudade e carência; é porre de ilusão;
são os restos mortais da esperança, que velam.
E quando a amargura se alia à solidão,
não dizem os sonhos mudos o que anelam
e em pérfidos mares naufraga o coração.
Afonso Martini
150711