PARA NÃO ESQUECER OS TEMPORAIS

O dia turvo me acomoda a alma

tudo é tão soturno, tão tristonho,

é possível a chuva e hoje ponho

no verso toda a sensatez e toda a calma.

Cai a chuva e o tempo enfadonho

pingo a pingo me ensopando a alma

põe-me à boca a prudência e a calma

por todo o tempo que tenho e disponho.

O tédio irremitente me aquieta

avoluma-se a chuva no telhado

e fico, desse modo, descansado

dentro de mim mesmo, rima e verso,

contudo temporais trago guardados

dentro dos meus olhos sossegados.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 04/07/2005
Reeditado em 11/07/2005
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