A PAZ ABSOLUTA

Quero a paz da morte, absoluta,

quero a paz dos pássaros dormindo.

Silêncio, nada mais que o silêncio;

sê bem-vindo, amigo, sê bem-vindo!

Nada mais me importa, nada mais

a não ser uma lua sobre o gris

de um túmulo azibre, abandonado

nos versos dos poemas que já fiz.

Seja eterno o sono que ora encontro

e estico a mão medonha a afagá-lo;

negra como a noite, negra fruta,

pálida visão me vem sorrindo;

quero a paz da morte, absoluta,

quero a paz dos pássaros dormindo.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 04/07/2005
Código do texto: T31012
Classificação de conteúdo: seguro