FLORES PROIBIDAS

As flores que têm dono são tão mais belas

e muito mais belas essas flores são;

no entanto, vejo do vão azul da minha janela

essas flores serem colhidas uma a uma à mão.

É tempo de colheita e essas flores brancas

sob o vento tépido das manhãs se despem,

as vestes castas ante nuvens francas

e que longas sépalas pelo sol se crespem.

É noite, enfim, e dentre uns lábios rudes

há sussurros, e há luz nos olhos delas;

não mais as vejo as portas estão cerradas,

silêncio e gozo usurpam as madrugadas

que seguem violentamente amarelas

no dorso desesperado das ruas orvalhadas.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 04/07/2005
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