Mar garimpeiro

Trago buquês de espuma entre meus braços

feridos dos espinhos dos naufrágios.

Sou uma rara antologia de presságios

esculpida em areia, sulcos, traços,

e a totalização desses pedaços,

postos para secar entre os contágios

das réplicas fingidas de outros plágios,

avança e toma todos os espaços.

Sou o espelho que reflete meu espanto,

denso e perene acúmulo do pranto

de quanta lágrima até aqui chorada.

Sou mar de natureza garimpeira

passando sempre a areia na peneira

e extraindo apenas sol e sal; mais nada.

(Soneto originalmente publicado em www.primeiroprograma.com.br/site

em maio de 2011).

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 17/07/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T3100940
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