AMINIMIGOS


Não me refiz do susto, a mente segue confusa
Ainda existe poeira a ser sacudida no ar
Os joelhos curvos mostram que não consegui me levantar
Duas ardentes lágrimas brotam dos olhos intrusas.

À volta pressinto permanências com alguma piedade.
À frente uma nuvem me impede ter visão do futuro.
Sufoca-me ainda o passado, e pior, me faz inseguro,
Que por vezes me traz triste e sem nenhuma serenidade.

Não me sinto inútil, mas vazio de qualquer alegria.
Ainda me incomoda e me abate aquele drama
Quando me senti ter sido traído na provável trama.

Não o fosse, talvez, o presente outro me seria
Fato que me é dado acreditar não ser maior castigo
Ao ter sido desacreditado por algum aminimigo.

                 (ARO. 1987)
Profaro
Enviado por Profaro em 16/07/2011
Reeditado em 12/05/2012
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