UM ÚNICO POEMA

Nos galhos retorcidos da manhã

os pássaros repousam - luz e paz -

que ainda dá tempo de criar

um céu turquesa que não vemos mais.

Ainda resta um pouco de silêncio

nos lábios amarelos destes dias,

que o tempo se encaminha bem depressa

a um não sei quê de melancolias.

Eu bem sei, ainda, que dá tempo

de um poema, um único poema,

se é loucura, então que seja extrema;

súbito as aves repousadas,

num único revôo riscam a manhã

com suas cores híbridas/douradas.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 04/07/2005
Reeditado em 26/10/2007
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