† Glória †
Invejo-te, Pai. Chegastes enfim
À real morada que lhe é por direito
Dormes o sono eterno, teu deleito
Invejo-te, e teu epitáfio em latim
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Invejo macular no santo peito
Com um que já descansas, e por mim
Já não bate, não mais bate, em vil fim
Mas 'inda dói, e machuca, em teu leito
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Invejo-te, Pai, desistir da vida
Abandonar à tua esposa querida
E nada deixar aos rebentos teus
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Invejo gozar da glória partida
Cerrar os olhos, negar a vivida
Vida conjunta, por nós e por Deus
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