POETAS
Agora que estamos plenos de loucura
sob este sol que se deita entre nós,
vaguemos; espíritos tardios de versos
que semeiam luzes nas varandas.
Esses hospícios de almas neuróticas
abrem tarde suas vítreas portas;
não falemos de estrelas e de manhãs
como doem nossas mãos aduncas.
Sejamos muitos, o tempo é conciso
e nos espera à cancela lilás do dia.
Porém fiquemos calmos, taciturnos,
que a palavra nasce a cada instante;
outros de nós apontam no caminho,
outros de nós abraçam a eternidade.