GUME DA ESPADA
Claudicante, perdido no vale de agruras
deste meu desviver sob os dias pesados,
encharcando os resquícios de força em tristuras
que gotejam dos meus sentimentos castrados...
Rastejante, com a alma riscada em suturas
que, de frouxas, não fecham canais supurados,
delirando de dor nos porões das loucuras,
vou penando aos ardores dos dons estuprados...
Uma angústia profunda me bate a chibatas
de ambições, egoísmos e ações correlatas...
E nos ossos dos nervos o gume da espada!
Cego à luz que viceja de sol esta Terra,
meu sentido de vida na treva se encerra
e se apaga, derrete e se espalha no nada.