Niké.
Quisera crer na voz que encanta enquanto cala
Ter o silêncio frio que grita nos ouvidos
Esta surdez hostil que inventa mil sentidos
Enquanto somos nós o tempo e o mal que abala.
Quisera ser bem mais que a sombra que se espalha
Outra ilusão além no inverso do espelho
Sem brilhos de rubi, sem lábios, sem vermelhos;
A forma que o carpir descobre quando entalha.
É pedra contra o pó, assim guardando o templo
Vitória do devir na pedra consagrada;
A glória quer fazer do épico, o exemplo;
Um monumento tal faz crer nesta jornada
Voando sem saber pairando contra o tempo,
Quando a esperança vã desaba sobre o nada.