Soneto IV - O derradeiro lar.

Eu vou no deserto buscar escapatória,

Inclinar a face no meu manto de dor.

Porque de mim restou densa, também, notória

A provocação que está neste céu sem cor.

A lua já não me traz encanto nem a glória

Que diversas vezes vi no sol a se por.

Gélida - Manto de feridas - capa d'ânsia,

Dor que levo por sentir infeliz amor.

"- Morre coração!" Grito nas trevas d'escárnios,

Vivendo dores fétidas sem ver obséquios

que possam vencer o meu mal intransponível.

"Sim..." A vida fez-se pérfido vitupério.

Correr e correr na busca do cemitério...

O derradeiro lar da dor irreversível.*

__________________________________________________________

*Soneto dodecassílabo.

Ygor Pierry
Enviado por Ygor Pierry em 14/07/2011
Reeditado em 18/06/2015
Código do texto: T3095363
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.